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"I do yoga and it rocks" |
Desde que vi o Bowie em 1997, e entrei numa maratona de decorar todas as letras e discos e partituras dele até esgotar completamente e virar uma draga exemplar, não tinha mais me obcecado assim por ninguém. Podia gostar, ouvir por dias, mas nunca foi da mesma forma, o mesmo sentimento. Até que comecei a ouvir o To Record Only Water for Ten Days, do John Frusciante.
Ele é aquele sonho que se repete. Dizem que quando um sonho se repete ele está tentando te mostrar algo que tu ainda não viu. Eu tenho vários desses, ou sou lerda, ou tenho sonhos extremamente complexos.
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Gravando o Stadium Arcadium |
Cronologicamente falando:
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Fim dos 80, início dos 90. |
- A queda no Red Hot – apresentação de Under the Bridge no Saturday Night Live, em 1992. Onde John já não aguenta mais o mainstream e destrói a música modificando toda a estrutura e largando uns berros no coro. A cara de bunda do Anthony é a coisa mais sensacional do mundo.
- Entrevista em 1994, de um John completamente viciado e em outro mundo. Mas fala coisas importantes sobre conservar a sinceridade da música, escrever pelo amor e não pelo mercado, e como queria ser Da Vinci... ok, drogas, não as glamourize, nunca.
- STUFF – curta do Johnny Depp e do Gibby Haynes (Butthole Surfers), filmado na casa do John, breve participação do Timothy Leary. Dá pra entender o recado, não assista se não tiver muito estômago pro fundo do poço. [Depp, River Phoenix, John, todos parceiros no crime]
- Vídeo de Life´s a Bath, de 1997, onde aparece um John semi-morto, que nesse mesmo ano “seria internado com 12% do sangue que deveria ter no corpo” (lendas). De novo, só assista se imagens de um Frusciante miserável se injetando não te afetarem.
- O retorno em 2001.
- Contando os segredos de Under the Bridge, que tem riffs roubados de Andy Warhol, do Bowie, e da própria Rip Off, do Marc Bolan. O John “copia” muita coisa de músicas geniais durante todo o RHCP e solo também, fica ligado que tu pode vir a perceber.
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John & Vincent - só se é louco em dupla. |
- The Past Recedes, do Curtains (2005), e a casa dos meus sonhos.
John Frusciante - The Past Recedes
- E pra não dizer que não falei de Red Hot Chili Peppers, eu fico com esse vídeo de Can’t Stop no Slane Castle, a redenção absoluta.
Desde então ele largou os Chilis de novo, fez mais um disco completamente intimista, negou a presença no Rock and Roll Hall of Fame, e tá escondido em algum lugar.
Só aparece de vez em quando pra nos dizer que o coração é uma máquina percussiva e que a música já existe em algum lugar antes de chegar a você.
Obsessões, meus amigos. Vale a pena ter uma (ou duas, ou várias). Vale a pena compartilhá-la.
Conselhos do John em 1990. For life:
1 – Expressão artística, sexo, e verdade são as únicas coisas que realmente importam;
2 – Música é a face de Deus;
3 – O melhor serviço que você pode fazer pela humanidade é cuidar da sua vida;
4 – Nunca confie num cara que te diga “Eu vou te matar em nome de Deus”;
5 – Compre um disco do Eric Dolphy.
redimiu minha """culpa""" por ser extremamente obcecada por certas coisas músicais.
ResponderExcluiraliás, obsessão pelo fruscia é algo altamente compreensível :D
Obsessões movem a vida. Se aprofundar em algo em tempos que tudo é superficial. :)
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