quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Fones de ouvido e DJs* de rock


Fotos descoladas: Lucas Martins de Mello


Opa!
Eu sou a Dani Hyde, e a partir de agora vou pintar por aqui toda semana pra falar sobre as coisas que envolvem e são envolvidas pela música.
Pra começar, um assunto infame. Se DJs de rock não mixam, o que realmente eles fazem usando fones? Balaca, mascaração e canalhice?
Pra não sacanear ninguém, vou falar o que eu faço.
O DJ de rock que leva a sério a discotecagem, que sabe que uma festa tem que ter ritmo, embalos e euforia gradativa, deveria também pensar numa mínima pré-produção dos sets.
Criar uma linha lógica para o que vai reproduzir não é pecado, pecado é não verificar, por exemplo, o estado dos arquivos digitais a serem gravados (aqui falando especificamente de quem usa mp3), se possível, editar silêncios em fade in e out, e sempre, SEMPRE, normalizar o volume das faixas num cd.
Mas isso seria lindo num mundo onde o cachê desse meio fosse igual o do meio eletrônico. Como não é, e a gente trabalha, estuda, cuida da casa, etc. e tal, os fones fazem todo o serviço segundos antes de cada música que você ouve numa festa.
Dá pra tocar sem? Claro que dá, se existe alguma prática com a discotecagem e com a aparelhagem que a gente vai usar, as coisas fluem, contudo não há uma garantia de que tudo sairá perfeitamente bem. É viver no precipício, livin’ on the edge.
Até porque sem o fone tu fica meio sem ter o que fazer ali, paradão. Antigamente a gente até fazia umas performances:

Dani Hyde & Yog Mars - David "The Demon" Bowie Set
Além do mais, é só com os fones que nós conseguimos criar transições de um som pro outro que “quase” parecem mixagens. De qualquer forma, o mandamento número um do DJ de rock é ter domínio total sobre as músicas que reproduz, ter conhecimento de cada barulhinho delas, aí sim fica bonito.
Discotequei muito tempo sem nosso amigo auricular. E outro tempo com. E depois sem novamente, até agora, só pussucando fones alheios (porque o meu foi destruído e eu fiquei mimimi).  
O que mudou desde que eu comecei, lá nos idos de 2005, foi a vaidade com os equipamentos. Sempre deixava meu fone à disposição de quem precisasse usar, no estabelecimento em que eu discotecava com frequência. O giro foi tanto que ele realmente não aguentou. E tem o lance de que muita gente não dá valor para o que não possui, mas isso é tão chato que passamos direto para a outra questão.
Cada vez mais se tornou necessário ter um fone “of your own” (nunca esqueçam que estamos falando da suburbia dos DJs, e não de super profissionais que tocam em Israel, às vezes é difícil pro cara botar uma grana considerável num fone de ouvido, ganhando menos de cem reais de cachê), e cada vez mais o seu equipamento tem que ter a ver contigo, tem que ter a sua cara.
O seu fone é parte integrante do conjunto de características que te diferenciam do outro. Até que ponto isso é relevante? Não sei.
O certo é que os fones se tornaram um item obrigatório, e nos arriscamos a receber uma negativa quando pedimos emprestado, porque agora eles agregam valor técnico e estético (e sentimental).

Eu tô aqui com o meu Tank Mondrian, louca de faceira. J

LIKE A BOSS


*Eu digo DJ sim. O próximo post é sobre isso.

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