quinta-feira, 15 de março de 2012

I´m Always

"I do yoga and it rocks"
Only time can show you Through an invisible door In the bottom of the ocean I threw a bird at the sky, Someone told me that You'd better close your eyes, And I said Don't you wonder sometimes Why I paddle through the clouds In my oversized canoe, But I'm always on your side? Can you feel it? My love flowing out my sides You've been asked to fly I thrust to some lie yeah It's you see my fish needs to thrive As long as I'm alive. Aside from the leaves that fal lYou know it's been justified You gotta take it in your stride Besides the nightmares That lie before you You've always found a reason To stay happy to be alive If you look closely You'll always find signals That make your mind grind But those are just a mind fucker tag line You'll always have control of your life Go with the feeling that's right You know, man, the media may try yeah But my beautiful spirit is glued to my eye. (I´m Always - música do Smile from the streets you hold, disco feito só pra comprar droga).

Desde que vi o Bowie em 1997, e entrei numa maratona de decorar todas as letras e discos e partituras dele até esgotar completamente e virar uma draga exemplar, não tinha mais me obcecado assim por ninguém. Podia gostar, ouvir por dias, mas nunca foi da mesma forma, o mesmo sentimento. Até que comecei a ouvir o To Record Only Water for Ten Days, do John Frusciante.

Ele é aquele sonho que se repete. Dizem que quando um sonho se repete ele está tentando te mostrar algo que tu ainda não viu. Eu tenho vários desses, ou sou lerda, ou tenho sonhos extremamente complexos.

Gravando o Stadium Arcadium

Ele tinha me pegado. Um momento difícil, de se reencontrar, reinventar. [You´ll always have control of your life]. Me pegou no colo, contou toda sua história, e me conectei, de verdade, como é com o Sir David Jones. Existe até uma seita que acha que o John é a reencarnação de Jesus (sério). Ele quebrou toda a hierarquia dos meus ídolos e passou lá pra cima sem pré-requisitos.

Cronologicamente falando:

Fim dos 80, início dos 90.
- Entrevista na época do Blood Sugar, falando sobre suas influências de Jimi Hendrix. Num quartinho de guri como qualquer outro guri. Mas com uns 50 vinis do homem na mão, ele escolhe pra tocar justamente o outtake de Electric Ladyland, que é a minha #1 até a morte. E ele diz: “that thing is one of the most beautiful things I´ve ever heard”. Concordo



- A queda no Red Hot – apresentação de Under the Bridge no Saturday Night Live, em 1992. Onde John já não aguenta mais o mainstream e destrói a música modificando toda a estrutura e largando uns berros no coro. A cara de bunda do Anthony é a coisa mais sensacional do mundo.



- Entrevista em 1994, de um John completamente viciado e em outro mundo. Mas fala coisas importantes sobre conservar a sinceridade da música, escrever pelo amor e não pelo mercado, e como queria ser Da Vinci... ok, drogas, não as glamourize, nunca.




- STUFF – curta do Johnny Depp e do Gibby Haynes (Butthole Surfers), filmado na casa do John, breve participação do Timothy Leary. Dá pra entender o recado, não assista se não tiver muito estômago pro fundo do poço. [Depp, River Phoenix, John, todos parceiros no crime]



- Vídeo de Life´s a Bath, de 1997, onde aparece um John semi-morto, que nesse mesmo ano “seria internado com 12% do sangue que deveria ter no corpo” (lendas). De novo, só assista se imagens de um Frusciante miserável se injetando não te afetarem.


- O retorno em 2001.



- Contando os segredos de Under the Bridge, que tem riffs roubados de Andy Warhol, do Bowie, e da própria Rip Off, do Marc Bolan. O John “copia” muita coisa de músicas geniais durante todo o RHCP e solo também, fica ligado que tu pode vir a perceber.



John & Vincent - só se é louco em dupla.
- Going Inside, de Vincent Gallo. Vince se juntou ao John pra fazer a trilha alternativa para Brown Bunny, o filme que atua com Chloe Sevigny (alternativa, pois ela não toca no filme). E em contra dom fez vídeos para todas as músicas do To Record Only Water... Só que o Gallo é muito esperto na internet e é difícil de achar todos, tem que dar aquela vasculhada.



- The Past Recedes, do Curtains (2005), e a casa dos meus sonhos.

John Frusciante - The Past Recedes

- E pra não dizer que não falei de Red Hot Chili Peppers, eu fico com esse vídeo de Can’t Stop no Slane Castle, a redenção absoluta.



Desde então ele largou os Chilis de novo, fez mais um disco completamente intimista, negou a presença no Rock and Roll Hall of Fame, e tá escondido em algum lugar.

Só aparece de vez em quando pra nos dizer que o coração é uma máquina percussiva e que a música já existe em algum lugar antes de chegar a você.


Obsessões, meus amigos. Vale a pena ter uma (ou duas, ou várias). Vale a pena compartilhá-la.

Conselhos do John em 1990. For life:

1 – Expressão artística, sexo, e verdade são as únicas coisas que realmente importam;
2 – Música é a face de Deus;
3 – O melhor serviço que você pode fazer pela humanidade é cuidar da sua vida;
4 – Nunca confie num cara que te diga “Eu vou te matar em nome de Deus”;
5 – Compre um disco do Eric Dolphy.

2 comentários:

  1. redimiu minha """culpa""" por ser extremamente obcecada por certas coisas músicais.
    aliás, obsessão pelo fruscia é algo altamente compreensível :D

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    1. Obsessões movem a vida. Se aprofundar em algo em tempos que tudo é superficial. :)

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